quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Flores Mortas: EU AS MATEI!


Dias atrás eu estava pensando em uma situação recente mas que me remete ao meu passado. Quando eu erra “um ser errante”, espera que eu explico: o Nilson trabalhava em uma construtora na área de rodovias. Ele era transferido de cidade em cidade e muitas vezes, mudávamos de estado. Chegávamos no início da obra já que ele era responsável pela administração e mobilização do canteiro e mesmo antes que a obra terminasse, já estávamos “levantando” acampamento. Até que era legal, nos mudamos inúmeras vezes e eu já era quase que uma especialista em arrumar “cacarada”. Um ponto muito ruim de uma situação assim é a questão das “raízes”. Eu sempre fui muito comunicativa e expansiva e achava que não era justo eu chegar em uma comunidade e não me envolver com os problemas do local. Creio que somos responsáveis pelo bom andamento da comunidade em que vivemos. Já contei pra vocês várias vezes que me apego fácil, me apaixono como uma velocidade que faz inveja ao Rubinho Barrichelo. Quando chegava a hora de ir embora daquela cidade eu ficava triste, mas nem tanto... a idéia de conhecer pessoas novas, lugares diferentes e ter que começar tudo outra vez suplantava os momentos de solidão ou de tristeza. Era tanta coisa pra fazer que não sobrava muito tempo para pensar na “morte da bezerra”. Pra ser sincera, muitas vezes eu me senti culpada por não ser mais “cuidadosa” com as amizades que deixei pra trás, não havia celular, nem internet e as coisas parece que eram mais difíceis do que hoje. Acho que nunca parei para pensar nos sentimentos daqueles que deixei, nunca pensei se me amavam ou se sentiam minha falta. Simplesmente não parei para me preocupar com isso. Alguns laços que foram significadamente importantes para mim foram desfeitos. Não reguei e nem cuidei de amizades que floriram por tanto tanto o meu coração, que me foram tão úteis... EU e somente EU deixei-as morrer à míngua, secas. EU AS MATEI! Por Deus eu peço meus queridos: ME PERDOEM! Felizmente consegui restabelecer alguns contatos com o advento do Orkut, Facebook e Msn. Mas muita coisa ficou perdida no tempo e só agora eu tenho consciência do que fiz. Como dizem que o que “aqui se faz aqui se paga”... acho que comecei a pagar e já estou sofrendo na carne por tudo que fiz... Tive recentemente um laço rompido abruptamente. Sem dó nem piedade! Fiz amizade com uma pessoa muito querida, por quem eu tinha muito carinho, respeito e apreço e esta pessoa foi transferida para outra cidade... Assim ela fez: não me disse adeus, não deixou um telefone de contato... sequer respondeu meus emails. Não sei se está bem, se está feliz, se já se “ajeitou” ou se ainda está viva. Fiquei triste, me senti “abandonadazinha”... mas entendi que, damos importância àquilo que realmente tem importância para nós. Percebo que classificamos as amizades por grau de relevância. Sei que errei por não ter alimentado as amizades, mas eu JURO que muitas vezes sentia um vazio enorme dentro do meu peito. Muitas vezes fiquei “doente”, tive depressão, angústia e ansiedade. Na época eu não sabia o que era... hoje eu sei que minha doença tinha nome: SAUDADE!


3 comentários:

Cacau - MG disse...

Lu, suas palavras tocaram meu coração. Juro que chorei. Beijos.

Anônimo disse...

Me senti no seu lugar e no lugar dos seus amigos. Sou sua leitora assídua e me identifico com suas crônicas. Abraço. Ana Freitas

Ana Maria disse...

Amei amiga.