domingo, 9 de outubro de 2011

Eu e Minha Hiperatividade


Hoje no almoço, eu, a Socorro, Rosane e o Dr. Menezes, falávamos sobre a hiperatividade e sobre as pessoas que conhecemos que são assim. Incrível... elas têm o mesmo perfil, inclusive eu. Comentei que eu era uma criança hiper irrequieta. Nem sei quantas vezes fui colocada para fora a sala por “importunar” os coleguinhas. Tirava a professora do sério. Fazia minha tarefa e queria fazer a dos outros, eu queria que eles acabassem rápido para brincarmos. Eu terminava os exercícios de uma matéria e já ia fazendo de outra. Fazia todas as lições de casa na própria escola. Comia a merenda na sala.  Naquela época, não se falava em hiperatividade e eu era tida como uma “criança problema”. Minha mãe era chamada na escola e eu levava surras homéricas. Eu vivia com o uniforme sujo. Subia em árvores, muros e só participava de brincadeiras de "correr". Geralmente eu brincava com os meninos. Não me concentrava em nada. Era dispersa. Eu era a “bagunceira”, a “inquieta” e a “desordeira” a “tudo de ruim”. Eu não era nada disso. Eu juro! Eu só era hiperativa!! Na verdade, eu não conseguia ficar parada por muito tempo. Não conseguia me concentrar em uma coisa só. Sempre queria fazer várias coisas ao mesmo tempo. Fui uma adolescente questionadora, curiosa e falante. Sempre fui muito comunicativa e queria mais que tudo, correr o mundo. Viajar. Conhecer pessoas. Trabalhar. Dormia pouco. Sempre achei que dormir demais é perder tempo demais. Desde sempre durmo pouquíssimo. Nem sei quantas vezes tive que ser “parada” por medicamentos. Já tive 3 empregos ao mesmo  tempo e isso mais de uma vez. Já fiz vários cursos juntos. Já passei noites e noites sem dormir fazendo um “milhão” de coisas e quando via, lá estava eu, estafada, estressada, com crises de ansiedade, síndrome de pânico, angústia e outras “cositas” mais. Às vezes as pessoas me diziam: você tem que mudar, tem que ser mais calma. Até parece que isso depende de mim... Creio que não. Acho que é meu “jeito meigo de ser”. Quando estou “controlada” pelos remedinhos que meu médico me passa, consigo ficar mais “sossegadinha”, mas basta parar os “sossega-leão” e minha “loucura” volta. Sinto como se tivesse necessidade de viver rápido. Parece que o tempo vai passar e não vou fazer tudo que tenho que fazer. E não tenho feito. O tempo passa, faço coisas e coisas e não me realizo. Algumas coisas ficaram no meio do caminho, outras ficaram pela metade mesmo e eu continuo, correndo de um lado para o outro como uma formiga no formigueiro. Tenho um “furacão” rodando dentro de mim o tempo todo. Sinto como se eu estivesse em constante ebulição. A sensação que tenho é que nada me preenche completamente, me sinto sempre pela metade. Estou sempre “incomodada” com algo e nisso, me meto em confusões que não são minhas, me irrito extremamente quando alguém fura a fila, não me calo quando vejo injustiças e saio metendo os pés pelas mãos. Mas vou ficar bem... estou “lutando” para reencontrar meu equilíbrio e sei que vou conseguir. Já fiz isso antes... estou “acostumadinha” comigo mesma e com o meu “jeitinho” de ser. *risos* Beijos da Feia Controlada.