quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Minha outra vida

Já faz algum tempo que quero escrever sobre isso. Hoje, vendo o quanto o tempo passa e o quanto ele inexoravelmente passou para mim, percebo que precisaria de mais de uma vida para conseguir fazer tudo que tenho vontade. Esse texto não tem nada a ver com reencarnação. Na verdade, tem a ver com minhas frustrações, anseios e, principalmente, com coisas que eu queria ou gostaria de ter feito e por algum motivo não fiz. Então fico imaginando como seria se eu pudesse ter outra vida e nela, eu realizar tudo que ficou pendente ou realizar todos os meus desejos. Vamos lá... faz de conta que nasci agora. Já conheço tudo por aqui e tenho que “escolher” tudo o quero fazer. Não quero colocar em ordem cronológica, até porque, não acho que ficou nada pendente da minha infância para trás. Será? Bom... lembro que quando eu era menina, queria ser bailarina e qual menina não sonhou com isso? Nessa outra vida “fictícia”, além de ser bailarina de dança contemporânea, quero ir para o exército, sempre quis isso. Quero saltar de paraquedas, ter uma moto bem grande, quem sabe até participar de MotoCross. Quero patinar. Quero ter daqueles patins que parecem botas. Porque não patinar no gelo? Acho que vou querer praticar mergulho. Pesca submarina. Quero cantar, quase que profissionalmente e quero tocar no mínino dois instrumentos. Vou querer viajar muito. Quero ir a Portugal e quem sabe, dar aquele giro pela Europa. Vou querer ser magra. Extremamente inteligente, quem sabe eu queira ser uma promotora, juíza ou médica. Médica? Não... acho que isso não. Acho que não suportaria ver alguém agonizando ou sofrendo intermináveis dores. Quero dançar. Dança de salão. Quero dançar sempre que possível. Quero correr. Correr muito, todos os dias. Tem algumas coisas que não quero mudar, por exemplo, quero o mesmo marido e os mesmos filhos. Meus pais e irmãos, sei que estarão lá... firmes e fortes. Gostaria de participar do Projeto Rondom e quem sabe até da Cruz Vermelha. Vou escrever uma peça de teatro, dirigir e ser a atriz principal. Quero fazer uma “ponta” em um filme e porque não, uma participação especial em uma novela. Quero ser entrevistada em um talk show famoso, por exemplo, no Jô. Mas mesmo sendo tudo isso, quero ter uma vida simples, andar despreocupada pelas ruas sem ser perturbada por fotógrafos e pelos fãs ávidos por um autógrafo. Quero ter cabelos compridos, brilhantes e sedosos. Quero dentes perfeitos e brancos como um colar de pérolas. Quero a pele alva e macia. Eu sei que tem coisas que eu ainda posso fazer e não quero que ninguém ouse imaginar que não estou satisfeita com a vida que tenho. Estou. Quer dizer... Acho que deveria ter feito mais, como por exemplo, ter me esforçado mais pelas coisas que realmente eu queria. Deveria ter estudado mais. Trabalhado mais. Ter vivido mais. Hoje vejo que os anos passaram e muitas coisas realmente ficaram inacabadas ou pior, nem iniciadas. Sem contar aquelas que ficaram apenas nos meus pensamentos e que se eu tivesse "arregaçado as mangas", poderia ter concretizado e muitos sonhos que poderiam ter sido materializados. Acredito que esse tipo de reflexão é muito comum em pessoas que estão "amadurecendo", pra não dizer "envelhecendo". Deve ser algum tipo de crise de meia idade. Tem algumas coisas que vou "correr atrás", tem outras que vou "tentar" realizar... mas tem umas, que só por Jesus... É só nascendo de novo mesmo... Será que só mais uma vida vai dar para fazer tudo? *Risos* E você? Se pudesse escolher ou mudar, o que faria? Pense e depois me responda. Beijos da Feia.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Pau de fitas, macacos, galhos, amigos e outras cositas mas...


Nesses últimos dias tenho me sentido mais “camaleônica” do que nunca. Não tem nada a ver com disfarces ou simulações, tem a ver mesmo com mudanças, no meu caso, mais especificamente, de pensamento. Às vezes reclamo, mas bem no fundo, adoro essa minha “instabilidade” e capacidade de mudar de idéia sobre alguma coisa com um simples estalar de dedos. Acho que tem a ver com meu signo. Não acredito muito nessas coisas... mas dizem que o virginiano é assim. Sei lá. A Nilda me falou que viu em um programa de TV que, a pessoa que tem a unha do mindinho do pé pequena, vive insatisfeita com tudo... está sempre a procura de motivos para ser infeliz... Minha unha é assim. Será que sou assim? Penso que sim. Enfim... Estava recapitulando minha vida e cheguei a conclusão que nem sempre estou satisfeita com meus relacionamentos afetivos. Quero tudo certinho... perfeitinho... arrumadinho... Tudo como “EU” acho que tem que ser. Então... acabo ficando sozinha, porque essa “relação perfeita” não existe. Nem aqui e nem na China. Fazendo um breve retrospecto das amizades da minha vida, descobri que: nunca pertenci a grupo nenhum. Isso mesmo: NUNCA! Na escola, não fazia parte do time de voley, porque não jogava bem. Não me enquadrava no time das “bagunceiras”, mas também não me sentia a vontade com as “quietinhas”. Não podia ficar com a “turma do fundão” porque as vezes me misturava com as “cdfs”. Não ficava com as muito “beatas” porque amava uns “pecadinhos”. Não andava com as bonitonas, sem comentários. Certa vez recebi um email lindo sobre laços e amizades e fazendo uma analogia ao tal, vejo que sempre fiz e ao mesmo tempo “desfiz” laços. Nunca quis os nós. Os nós às vezes são “cegos”. SUFOCAM. As fitas geralmente são feitas de seda, de cetim... de tecidos finos, lisos... que escorregam... Pelo menos eu vejo assim. Os laços que fiz se desfizeram naturalmente. Alguns, talvez, mais apertados, conseguiram manter-se por um tempo mais longo, mas durara o tempo que tinha que ser. Não posso contar quantas pessoas amigas passaram pela minha vida. Antes de nos fixarmos no Amapá éramos seres “errantes”. Vivíamos nos mudando de cidade em cidade, como ciganos. Nômades. Era difícil estabelecer “laços eternos”. Algumas pessoas até que marcaram a minha vida deixando as fitas com vincos. Mas PASSARAM. Vieram e foram. São assim: Vem e vão. ADEUS. Penso que quero mesmo ser livre das amarras. Quero poder andar com quem quiser, a hora que quiser e do jeito que quiser. Quero não pertencer a grupo nenhum. Quero ter a liberdade de “borboletear” por entre os vários tipos. Balançar minhas fitas alegremente por entre todos. Não quero ser estereotipada e nem rotulada como “fulana da igreja”, “cicrana da escola”, “beltrana do clube”. Sabe aquele lance de “cada macaco no seu galho?” Não quero saber disso também! Nada de dizer que "A" não pode se "misturar" com "B". Quero ser LIVRE. Livre para pular de galho em galho com todos os macacos que me aceitarem nas suas árvores. Uma “macaca” pululante esaltitante. Uma simples “feia-vai-com-as outras” que vai pra onde quer e com quem quer! Não pense que não me apego, oras... você que me lê sempre sabe o quanto sou afetiva e o quanto tenho amor pra dar, bem por isso, talvez seja exatamente esse o ponto “x” da questão: Por que me daria a tão poucos se tenho uma vastidão de sentimentos no peito? Porque limitaria a lotação a 10 se posso hospedar mais de 100 ou até mais de mil no meu imenso coraçãozinho? Sou leal e fiel às pessoas que amo. Não tenha dúvidas disso. Só quero ter vários ombros pra chorar. Quero muitas pessoas me confidenciando seus segredos, até porque, fica até mais fácil esquecê-los. Quero ajudar “centenas de milhares” de pessoas a serem felizes. Quero ter “trocentas” pessoas com as quais eu possa contar. Claro que tem aquele lance do “ e se eu matasse alguém?”, mas você há de convir que são coisas diferentes. Naquele caso falo de “irmão”, de um laço feito de material diferente, feito de ALMA e de SANGUE. Aqui, nossas fitas são mais... esvoaçantes, frágeis, totalmente sujeitas às traças, à poeira e ao tempo. JÁ SEI!! Quero um enorme PAU um DE FITAS! Sabe aqueles das festas juninas? Pois é... Quero um com muitas fitas de todas as cores. Quase as vejo dançando ao som de músicas tradicionais, trançando-se, misturando-se alegremente, colorindo e dando vida ao inanimado pedaço de madeira. Uma GRANDE festa bem COLORIDA! É bem assim que quero minha vida e minhas amizades. Quer ser uma fita dessa festa? Beijos da Feia.