terça-feira, 11 de agosto de 2009

Conciliando o Desamor

Nunca quis escrever sobre as audiências que concilio, apesar de achá-las um “prato cheio” para qualquer escritor. As sextas-feiras são reservadas exclusivamente às conciliações criminais. Neste dia eu lido especificamente com as misérias humanas. São brigas por ciúmes, infidelidade, adultério, excesso de bebida, porte de armas, de drogas, agressões, ameaças e muito mais. Na última sexta-feira (07/08), aconteceu algo que realmente eu não poderia deixar passar em branco: Uma mulher pedia desesperadamente justiça no seu caso... Disse que o ex-namorado estava incomodando-a com telefonemas. Que havia ligado para ela para comunicar que sua esposa estava grávida e que era para ela deixá-los em paz, ou...
Então ela me contou que namorou o rapaz durante 4 anos e que, quando ele estava estabilizado financeiramente, tendo inclusive comprado uma casa, casou com uma moça que conhecera no Maranhão, em uma das visitas que fizera à sua família, não lhe dando sequer satisfação. Ela chorava copiosamente e dizia que tinha sido enganada, que tinha feito tanto por ele e que não merecia isso. “Quero que ele seja punido pelo que me fez.” Vi no rosto dela uma profunda mágoa, uma dor latente, um rancor e acima de tudo: Um amor que ainda estava ali! Procurei ser o mais doce o possível com ela ao explicar que: não se pode punir alguém por não nos amar. Como punir alguém por ter casado com outra? Eram apenas namorados, não viveram juntos em união estável, não tiveram filhos, enfim... não criaram laços. Como aplicar pena no caso de alguém que deixou ou nunca amou outrem? Impossível! Ouvindo o moço, ele explicou que só ligou para ela a fim de informar da sua atual condição de “casado” e de futuro pai para que a mesma parasse de procurá-lo. Perguntei porque ele não comunicou antes de casar que estaria desmanchando o compromisso com ela... ele disse que falava, mas que ela não queria acreditar. E agora?
Concluindo: Quando amamos, ouvimos, vemos e sentimos os sinais, mas mesmo assim fechamos os olhos para àquilo que pode nos ferir. Preferimos nos fazer de cegos e pior: fazer “ouvidos mocos” aos comentários sobre a situação, achando que isso poderá evitar a consumação dos fatos. No domingo, aconteceu algo que me remeteu ao mesmo assunto: Estava com uma amiga que viu o ex-namorado com outra e falou: como ele pode fazer isso? Desmanchamos há poucos dias! Falei: Simples meu bem... Ele já terminou o relacionamento com você e isso está bem claro para ele. Você que ainda não entendeu, e já que ele terminou, se sente bem a vontade para sair com quem quiser. Ou seja, mais uma vez vejo que, estamos sempre querendo cobrar das pessoas aquilo que elas não podem nos dar ou queremos cobrar atitudes idênticas as nossas. Oras... cada pessoa é única e as suas atitudes também. Vendo esse e outros casos, deduzo que: Quando o relacionamento acaba, a mulher demora a envolver-se novamente, pensa que se fizer isso “mina” as possibilidades de reatar com o parceiro e espera que o homem faça o mesmo. Espera que passando alguns dias ele perceba que ela é a mulher da sua vida, que não vive sem ela e que ninguém poderá substituí-la. Assim, fica na ansiedade do contato, na dúvida do recomeço e ilude-se com a possibilidade de ter de volta o seu bem querer. Ouvindo um amigo sobre o assunto, como homem ele disse que: quando o sujeito rompe, na maioria das vezes já, está com algo “engatilhado”. Ai “meudeusdocéu”! Como somos complicadas. Sempre escrevo sobre a força da mulher. Como somos fortes e como somos frágeis! Não conseguimos esconder nossos sentimentos, choramos em público, nos descabelamos, lamentamos, guardamos mágoa, ressentimento, rancor e muitos outros sentimentos! Somos impulsivas, mas somos verdadeiras, nos doamos completamente às paixões. Somos desmedidas quando confiamos. Não nos precavemos e não nos policiamos para “amar pouco” e para não nos apaixonarmos. Um brinde às mulheres que amam desmedidamente, loucamente e que não sentem vergonha de dizer o que sentem, mesmo que tenham que assumir publicamente que foram abandonadas ou preteridas, indo até mesmo aos tribunais para que a sua dor seja conciliada e reconhecida e que tenham um papel por escrito com um amargo pedido de desculpas.

5 comentários:

Anônimo disse...

Acho que fiquei viciada em ler você! Êta vício bom!
É...lidar com perdas é uma arte! É a arte de vivenciar o luto sem se deixar morrer. É criar mecanismos para superar a dor sem se tornar vítima das circustâncias..Fácil? Nem um pouco! Mas...muitas de nossas reações tem a ver com a nossa infância..Fomos acostumados a escutar não? Como reagimos , quando éramos contrariados? E nossa auto-estima ?Como foi construída? Sabíamos respeitar o espaço do outro? E o nosso espaço? Era respeitado? Esses são alguns ,dentre vários questionamentos que nos levam a entender nossas atitudes quando adultos..
Um beijão ! Mulher Sem Nick.

Anônimo disse...

Tadinha da moça que perdeu o namorado; esqueceram de lhe avisar que o amor quando acabado, transforma-se em ódio. Pena que o namorado não tenha sido condenado, para que ela pudesse sentir-se realizada

Lu Oliveira disse...

Obrigada pelas visitas e pelos comentários. Estou mortinha de saudade de vc! escreve pra mim, perdi seu email... me perdoe! Quero saber das novidades! Beijo no seu coração enormeeeeeeee..irmaaaaaaaaaaaaã!

Bruno Arrais disse...

Bom... é verdade que as mulheres sao + emotivas.. + tem umas que nao parecem ser mulheres ¬¬"(no bom sentido claro)
assim como tem homens q nao parecem ser homens...(no bom sentido claro[2])
Se bem que eu acho esse papo de separar os sentimentos por sexo mo patetice pois pelo menos eu gosto de ter uma mulher com punho forte por perto acho q é pra balancear pq eu me acho as vezes muit emotivo(é eu luto contra esse meu lado EMO hsausahusah)

hum... to falando d+.. =x

bj to adorando conhecer melhor o seu jeito de pensar =D

Lu Oliveira disse...

Bruno...Bruno!! Não lute contra seu lado emotivo. Homens emotivos são os preferidos e mais admirados pelas mulheres...rsrsrsrsrsrs...
Fale D+ o quanto desejar.
AQUI VCÊ PODE TUDO!
Bjosssss