terça-feira, 16 de junho de 2009

Saudosismo ou Conformismo?

Recebi este texto muito gostoso, leve e saudável do meu amigo Sebastião Grégio. Fiz questão de compartilhar com você, afinal... devemos dividir as coisas boas da vida. O Grégio vive da educação e para a educação, ou seja, é um Herói Moderno. Lá no finalzinho da postagem, tem "fotinho" do Grégio com uma aluna do Coopem, colégio que ele dirige brilhantemente em Mirassol, inlcusive a aluna Emily, foi eleita Deputada Mirim por um dia, na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. Tem o link do COOPEM, link da matéria da Folha de Mirassol On Line e email do Grégio.

Querido... Agradeço por ter permitido a publicação na íntegra, saiba que, sempre que tiver delícias como essa, o espaço está garantido do Blog da Feia... *risos


“SAUDOSISMO OU CONFORMISMO?”
(Há muitas moradas na casa de meu PAI...)

Não sei como começar. As palavras se embaralham, mas o cérebro está em ebulição.
Só queria falar dos “tempos bons” da nossa juventude.
Não me lembro de adolescentes, ou era menino, moço ou homem formado.
Íamos todos à escola uniformizados, limpinhos, com nossos cadernos brochura, a cartilha, os lápis preto e coloridos, a caneta tinteiro e o embornau com lanche preparado pela mãe.
Os professores eram autoridades respeitadíssimas. Muitos davam aulas de terno e gravata.
Quem estudou no grupo escolar deve se lembrar bem. Os cuidados da mestra ou mestre em pegar na mão do aluno para ensinar-lhes as primeiras letras. E as revistas (inspeções) semanais de unhas e orelhas? Ai de quem as tivesse sujas. Muitas vezes levava-se uma reguada daquelas e ninguém morria por isso. Não havia ECA nem Conselho Tutelar para reclamar, mas os pais apoiavam a escola.
Hoje quem morreu foi a educação em todos os níveis. Professores agredidos e agressivos; bate-boca entre os envolvidos no processo ensino-aprendizagem. Falta de respeito, então...
Tempos bons aqueles em que podíamos freqüentar sem medo os bailinhos nos salões da cidade, as famosas matinês dançantes de domingo à tarde, os bailes e festas na roça, normalmente quando havia algum casamento.
Todos eram bem vindos. Dançava-se ao som da sanfona e do pandeiro, sob o olhar zeloso dos pais das moçoilas.
E os parques de diversões, com suas rodas gigantes, tiro ao alvo e pescaria?
Meu Deus como era gostoso freqüentá-los. O serviço de alto falantes tocando todos os tipos de música e sempre com algum recadinho ou mensagens de alguém, que terminavam em namoros ou grandes amizades. Tipo:
_ ... E agora ouviremos Cascatinha e Inhana com a música Índia. Música esta que o rapaz de camisa xadrez azul oferece para a moreninha de tranças e vestido rosa, com provas de muito amor e carinho.”
Como era bom ver a reação da mocinha para saber se seria correspondido ou não. O coração vinha à boca.
Respeito era palavra de ordem. O que o professor falava era regra e não exceção como hoje.
Cantávamos o hino nacional, sabíamos quais os símbolos da pátria. O presidente da República era “Vossa Excelência”. Os eleitores paulistas dividiam-se entre janistas e ademaristas...
Existiam críticas aos políticos, mas dentro de uma normalidade e não escancarada como nos dias atuais.
Professor era professor, aluno era aluno. Cada um sabia o seu lugar e o respeito ao diretor da escola era incontestável.
Escola era lugar de aprender.
A primeira professora era inesquecível. “Aprendi a ler e a escrever com dona Elza!”
Hoje o aluno, às vezes não sabe nem direito qual o seu professor, pois o mesmo vive correndo de escola em escola para sobreviver.
A vida hodierna virou uma correria estressante.
Se não pararmos para tomarmos medidas corretas e recolocarmos a educação de nossos jovens nos trilhos certos, perderemos os nossos jovens para sempre.

Fazer um paralelo entre o passado e o presente sei que é puro saudosismo, pois os tempos e os valores são outros.
Mas não dá para esquecer como era bom.
“Pamonha; bolo de milho; pé-de-moleque; paçoquinha; arroz doce; o grupo escolar; as brincadeiras de roda no terreiro de café; passar anel; Santo Antonio e São João; banhos no córrego, as cartilhas Sodré e Caminho Suave; a tabuada e as aulas de desenho; o avô escutando a Voz do Brasil (e ninguém atrapalhava); Jerônimo o herói do sertão; Balança, mas não cai (o Zé Trindade no rádio era impagável); o ditado e as composições sobre gravuras; as matinês no cinema com seus seriados imperdíveis; o “footing” na pracinha depois da missa...”
Mas hoje é muito melhor: TV a cabo; internet; lap top, apostilas; aulas virtuais; o bulliyng; as viagens; o shopping; MSN, Orkut...
Será?????????
Tem horas que acho que o professor Luiz tem razão quando diz: “deviam soltar umas bombas neste mundo e começar tudo de novo para ver se fica bom!”


Professor Sebastião Grégio - e-mail coopgregio@gmail.com

http://www.coopem-mirassol.com.br/

http://www.folhademirassol.com.br/modules/news/article.php?storyid=649


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