domingo, 6 de novembro de 2011

Parar de fumar é difícil mas não é impossível. Eu parei!

Comecei a fumar aos dezesseis anos. Eu achava isso lindo. Encarava o vício como um sinal de independência, maturidade um charme a mais. Essa é uma das coisas do meu passado da qual eu me arrependo profundamente. Fui fumante inveterada até os 38 anos. Fumei muito na minha primeira gravidez e o Thiago nasceu muito doente. Era um bebê pequeno e teve muitos problemas respiratórios. Na gravidez do Paulo eu reduzi bastante, fumava dois ou três cigarros por dia. Eu sei que meus bebês sofriam de abstinência quando nasciam, pois eles choravam muito. Minha cunhada Regina morreu prematuramente e uma das causas foi o vício, ela teve um aneurisma e não foi possível realizar a cirurgia para retirar o coágulo já que ela não respirava sem a ajuda de aparelho. Seu pulmão estava fraco e ela muito debilitada. Teve parada respiratória. Confesso que tentei várias vezes durante minha vida de fumante. Comprei remédios pelos Correios, fiz simpatia e comprei fórmulas “mágicas” em farmácias. Fiquei dias, semanas e consegui me abster por dois meses, mas não resisti e lá estava eu de novo nos braços do meu algoz. Eu tinha uma relação de amor e ódio com o cigarro, ao mesmo tempo em que o odiava por saber que ele estava me fazendo mal, eu o amava por seu meu companheiro nos momentos de solidão, de tristeza e de alegria. Eu consumia dois maços por dia, nem imagino o quanto gastei com o vício, comprava pacotes e pacotes de cigarros e sempre que pude fumei dos melhores. Eu fumava o dia inteiro e creiam: acordava de madrugada para “pitar” meu cigarrinho. Quando engravidei do Marcos, o caçula, decidi abandonar de vez o fumo. Comecei contando para todos que eu encontrava na rua que estava parando de fumar. Eu pensava que se eu fizesse isso, não teria coragem de “quebrar” minha palavra. Mais do que vontade eu tinha um desejo real de parar de fumar porque não queria que meu filho nascesse doente. Não tomava café e nem chá. Quando encontrava amigos já ia pedindo: Estou parando de fumar, por favor, ore por mim. Para mim não importava se a pessoa era evangélica, espírita, católica ou de qualquer outra religião, eu queria ter uma corrente positiva para parar e deu certo. Eu parei de fumar com uma carteira de cigarros dentro de casa, não quis me livrar dela, queria vencer o vício enfrentando ele de frente. Estou me sentindo muito bem, estou feliz por ter parado, meu filho vai completar 12 anos em novembro, faz então doze anos e nove meses que me livrei da prisão do vício. Meu marido fumava pouco e o fez por pouco tempo, parou há quase 24 anos. Tenho resquícios do mal hábito de fumar: meus dentes são horríveis e acho que minha pele seria melhor e meus cabelos também se não fossem os malefícios da nicotina. Agradeço a Deus por meus filhos estarem saudáveis e não sofrerem mais os danos causados pela minha irresponsabilidade, e agradeço mais ainda por não terem vícios. Sempre que posso  aconselho os fumantes que conheço a pararem, conto minha história, dou meu testemunho e sempre digo que, parar não é fácil, mas não é impossível. Estou liberta! Antes tarde do que nunca.

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