Pelo
menos foi esse o diagnóstico que meu médico me apresentou. Tomando goles de coragem, quero
dizer para vocês como é mais ou menos ser bipolar e o que
sinto quando estou "doente": Sinto aflição e embora tudo pareça
tranquilo, dentro de mim geram-se turbilhões, centenas de pequenos
abalos sísmicos que mexem com a minha estrutura e me incomodam, me
sufocam e me corroem. Não tenho ânimo para nada, tenho vontade de me ferir e o que ainda me
“sustenta” é minha família e meu trabalho. Minha psicoterapeuta olha
para mim e me pergunta: __ E agora? Volto-me para ela e repito a
pergunta. E agora? Como vou saber? Tudo por fora parece perfeito, mas
o meu interior teima em desmentir o que foi dito antes. Minha
concentração fica baixíssima após os medicamentos, que não são poucos, tenho que
fazer as coisas importantes antes dos remédios, porque depois... já era!
Sinto dores terríveis por causa da fibromialgia, perco
coisas, esqueço rapidamente, me disperso e pareço sempre “dopada”.
Meu maior medo hoje é perder de vez a lucidez. Juro! Às vezes me
pego pensando como seria se isso acontecesse. Já vi pessoas que
andam nuas na rua e são vítimas de maldosos, pessoas sem escrúpulos
que se divertem com a insanidade alheia. Sei que minha família não
permitiria que eu chegasse a esse ponto. Talvez me internassem em uma
boa clínica, o que não me tiraria o status de “louca”. A
mim a loucura e a lucidez nesse momento me parecem tão próximas que
nem sei onde começa uma e termina outra. Vejo bichos de manhã...
eles não se mechem. São grandes. Ficam ali... paradinhos até desaparecerem lentamente. Não tenho medo. Eles nem me assustam nem
me incomodam. Vou falar com minha médica, deve ser efeito de um dos
medicamentos que tomo. O que mais me incomoda não são os “bichos”
que vejo toda manhã, mas sim as pessoas que me rodeiam... imagine
como elas reagiriam ou como irão reagir quando lerem algo tão
profundo e verdadeiro como o que estou escrevendo...Na verdade... Acho que é um
desabafo! Acho que o primeiro impulso é o afastamento, talvez
por medo, por desconhecerem a doença e seus vários níveis. Por
favor não se afastem, não sumam, só estou passando
por uma “chuva” ou pequena tempestade. Vai passar. Eu sei.... Não vou matar ninguém. Juro! O único
risco que corro é de fazer mal a mim mesma.Vou sair dessa crise
assim como saí de outras antes e tudo voltará ao normal. Normal?
E quem disse que o NORMAL existe? * risos * Beijos da Feia.
Saiba mais:
Um comentário:
O que sentir num momento como esse? o que se mostrar num momento como esse? e o que se esperar num momento como esse? Raul Seixas disse certa vez, "loucura é nunca se dar a oportunidade de ser louco." Apesar da bipolaridade ser uma doença,afirmada pela OMC, ela não deixa de ser uma reflexão, ela é a luta constante entre de você contra você, e quem vence? e quem disse que precisa haver vencedores?...lembre, mentes inteligente convivem muito bem com suas loucuras.
Deixo-te considerações de que estou torcendo por você,para que jamais avance para o próximo estágio. Desejo-te sucesso. Cuide-se. Abraços de um fã do blog. e consequentemente de quem o alimenta.
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