quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Borboletas Meninas

Sexta-feira, quando íamos de carro para Macapá, Rubia, Alessandra, Abud e eu, fomos deliciosamente surpreendidos e presenteados com uma estrada “enfeitada” de borboletas. Borboletas jovens. Meninas. Será que elas podem ser consideradas “adultas” algum dia? Estavam ali... Todas lépidas e faceiras, tal qual crianças. Livres! Um pouco inconsequentes, talvez. Soltas, porém bem unidas. Juntinhas eu diria. Coloridas. Amarelas. Alaranjadas. Brancas. Sem distinção de tamanho ou de coloração. Exemplo perfeito de diversidade e união. Ainda comentei que achava injusto elas viverem tão pouco. Fui corrigida pela Rubia, que me disse que isso depende da espécie, algumas  vivem mais que uma semana, fui pesquisar, confira no  link: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/borboletas2.htm . Verá que é verdade, mas mesmo assim acho que as “pobrezinhas” vivem pouco. Mas observei que as "meninas borboletas" são felizes. Voam. Borboleteiam alegres por entre as árvores, se arriscam entre os pássaros predadores e se jogam em frente aos carros como numa roleta russa, sem medo, sem preocupações e sem se importarem com as “Normas de Segurança do Código das Borboletas”, isso é, se existe algo assim no mundo delas. Deveria haver, algumas no afã de se divertirem morrem atropeladas. No fundo, eu acho que elas não se preocupam se vão viver apenas alguns dias ou uma ou duas semanas, apenas VIVEM. Acredito que não se lamentam, não criticam ao Criador e nem ficam contando os minutos de vida que ainda lhes restam, fazendo planos disso ou daquilo. Sabem que precisam procriar e assim sendo, vão à luta. Pensei que deveríamos ser mais “borboletas”. Irresponsáveis? Não. Felizes. "Desencanados". Mais leves. Menos preocupados com o amanhã, com o que vamos comer ou vestir. Isso é bíblico. Em uma passagem, Cristo critica o excesso de preocupação com coisas materiais. Ele fala que, se o Pai veste os lírios do campo e alimenta os pássaros que nem trabalham, imagine o que faz por nós! Então... que tal se a partir de hoje pensássemos na nossa vida tendo como exemplo as borboletinhas? Não que você tenha que sair por aí serelepe vivendo irresponsavelmente, nada disso! Estou falando em viver sem preconceitos. Viver numa miscelânea harmoniosa que pode fazer a diferença entre a paz e guerra. Viver tranquilos e sem se incomodar tanto com os problemas que, na maioria das vezes, não existem, e se existem, foram criados por nós mesmos, sem contar que, algumas vezes, estão somente na nossa cabeça. Quantas vezes temos problemas ínfimos e os transformamos em gigantescos “dragões”? Quantas vezes nos tornamos “quixotescos” porém sem a coragem do Cavalheiro Andante? Sim, porque se tem algo que sempre vou admirar em meu herói preferido é a capacidade de ter enfrentado seus medos, seus “moinhos de vento” com galhardia e acima de tudo, por ter mantido intacta sua autoestima, que sempre o projetava como um matador de furiosas e perigosas feras. Nossos medos e problemas precisam ser encarados de frente. Nada de protelar, de “empurrrar com a barriga”. Imagine se as borboletas fossem deixar de voar, de viver e de procriar pensando em morrer... Ou se se atormentassem tanto com a existência que tivessem que procurar um analista, os dias passariam, elas iriam embora e não bateriam suas asinhas e o pior, nos privariam das suas "presenças! Pois é... Nossa vida não é tão curta quanto a das borboletas, mas pode não ser tão longeva quanto das tartarugas, então... bata suas asinhas com vontade, com disposição!. Não tenha medo de sair da floresta e arriscar passeios na estrada, mesmo que tenha que enfrentar os perigos que esse ato represente. Não olhe para a cor da borboleta que está ao seu lado. Lembre-se que ela voa como você, respira o mesmo ar e pode ter o mesmo tempo de vida que você. Pense que, assim como observei as borboletinhas que “vagavam” sem a pretensão de serem notadas, tem alguém sempre observando você. Vai que esse alguém escreva sobre a sua vida palavras bem mais expressivas que essas que escrevi para as “borboletas meninas” da estrada do Jari. Pense nisso! Beijos da Feia.


4 comentários:

Ana Maria disse...

Nossa... nunca tinha pensado nas borboletas dessa maneira. Parecem pessoas... Vou olhar para as borboletas diferentemente daqui em diante. Bjos. Amei a crônica.

Jamima Malima disse...

Você tava demorando a postar. Sua última foi em 07/07. Sinto falta das suas novidades, sou sua leitora assídua.
Jamima Malima - SP

Anônimo disse...

Gostei. Muito mesmo.

Luis Cláudio disse...

Se você for tão feia quanto é burra, você deve ser bem interessante.
Gosto dos seus textos.
Cláudio - Ubatuba