quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Bipolar *coragem de assumir


Pelo menos foi esse o diagnóstico que meu médico me apresentou. Tomando goles de coragem, quero dizer para vocês como é mais ou menos ser bipolar e o que sinto quando estou "doente": Sinto aflição e embora tudo pareça tranquilo, dentro de mim geram-se turbilhões, centenas de pequenos abalos sísmicos que mexem com a minha estrutura e me incomodam, me sufocam e me corroem. Não tenho ânimo para nada, tenho vontade de me ferir e o que ainda me “sustenta” é minha família e meu trabalho. Minha psicoterapeuta olha para mim e me pergunta: __ E agora? Volto-me para ela e repito a pergunta. E agora? Como vou saber? Tudo por fora parece perfeito, mas o meu interior teima em desmentir o que foi dito antes. Minha concentração fica baixíssima após os medicamentos, que não são poucos, tenho que fazer as coisas importantes antes dos remédios, porque depois... já era! Sinto dores terríveis por causa da fibromialgia, perco coisas, esqueço rapidamente, me disperso e pareço sempre “dopada”. Meu maior medo hoje é perder de vez a lucidez. Juro! Às vezes me pego pensando como seria se isso acontecesse. Já vi pessoas que andam nuas na rua e são vítimas de maldosos, pessoas sem escrúpulos que se divertem com a insanidade alheia. Sei que minha família não permitiria que eu chegasse a esse ponto. Talvez me internassem em uma boa clínica, o que não me tiraria o status de “louca”. A mim a loucura e a lucidez nesse momento me parecem tão próximas que nem sei onde começa uma e termina outra. Vejo bichos de manhã... eles não se mechem. São grandes. Ficam ali... paradinhos até desaparecerem lentamente. Não tenho medo. Eles nem me assustam nem me incomodam. Vou falar com minha médica, deve ser efeito de um dos medicamentos que tomo. O que mais me incomoda não são os “bichos” que vejo toda manhã, mas sim as pessoas que me rodeiam... imagine como elas reagiriam ou como irão reagir quando lerem algo tão profundo e verdadeiro como o que estou escrevendo...Na verdade... Acho que é um desabafo! Acho que o primeiro impulso é o afastamento, talvez por medo, por desconhecerem a doença e seus vários níveis. Por favor não se afastem, não sumam, só estou passando por uma “chuva” ou pequena tempestade. Vai passar. Eu sei.... Não vou matar ninguém. Juro! O único risco que corro é de fazer mal a mim mesma.Vou sair dessa crise assim como saí de outras antes e tudo voltará ao normal. Normal? E quem disse que o NORMAL existe? * risos * Beijos da Feia.

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