terça-feira, 27 de abril de 2010

Filhos: Um Contrato de Alto Risco

Sempre que vejo um parto natural na TV lembro dos meus. Nossa!!! Que dor horrorosa. Depois que pari, parei de falar “parto normal”, falo “parto natural” porque de “normal” mesmo, não vi nada! A primeira vista, parece que todos os partos são iguais. E devem ser. Ou quase. Depois, vejo os filhos dos outros e os que Deus me deu. Filhos a gente não escolhe. Que coisa, né?! E isso é bom? Não sei. Os filhos devem dizer a mesma coisa dos pais. Bom... depois, vou analisando as minhas amigas e seus filhos. Ouço suas histórias, suas reclamações e penso naquela famosa frase: Filhos, mães, sogras, irmãos e sei lá mais o quê são todos iguais, só mudam de endereço. Impossível não lembrar do Poema Enjoadinho, do Vinícius: Filhos... Filhos? Melhor não tê-los! Mas se não os temos, como sabê-los? Tenho pensado muito no relacionamento que tenho com meus filhos, em que eu os transformei e me pergunto: onde eu errei? Errei? Quando tive meu primeiro filho eu pensava: Vou fazer tudo diferente. Não quero filhos revoltados. Não quero filhos lamentando-se da sorte e dos pais. Não quero filhos reclamando que “eram espancados” e que sofreram “horrores” não tendo sequer memórias da infância... Quero filhos estudiosos, interessados e quero proporcionar a eles o melhor que eu puder. Quero que meus filhos sejam médicos, engenheiros, advogados, dentistas e tudo o que eles quiserem ser. Queria ter um filho atleta. Um músico. Um poeta. Um ator, quem sabe artista plástico, escritor. Quem sabe um deles fosse cantor, um exímio dançarino e quem sabe até, um “chef de cousine”. Engraçado, Né? Sonhamos pelos filhos. Queremos que eles sejam aquilo que não pudemos ser e que realizem feitos que não tivemos oportunidade ou pior, não tivemos competência para fazer. Isso é verdade. Eu queria ser atriz. Tocar um instrumento. Ser dançarina. Ser dramaturga. Ser cantora. E hoje... eu quase danço. Quase canto. Quase represento. Quase escrevo. Hoje vejo que... quase vivo. Às vezes, penso que se pudesse “engoliria” meus filhos de novo e faria tudo diferente. Deveria? Acho que procuraria um manual de instrução em algum lugar, quem sabe... faria uma receita, tipo aquelas de “bolo de caixinha”, bem simples, bem fácil: "Como Educar os Filhos". Hoje, tendo um adulto de 21, um adolescente de 16 e uma criança de 10, percebo que errei tudo. Tudo? Acho que não passei no teste para a Super Mãe Perfeita. Não consegui ganhar o diploma de "A Melhor Mãe do Mundo." Sequer consegui ser "A Mãe Mais Amada", não ganhei troféus, sequer “medalhinhas”. Não guardei os primeiros dentinhos e nem acumulei aquela "montoeira" de lembranças infantis. Que mãe "feia" que eu sou. Quem sabe, com o passar dos anos, depois que eu fizer a “grande viagem” eu ainda consiga ser lembrada pela minha prole como uma mulher que tentou ou pelo menos se esforçou para fazê-los felizes. Sei dar comida, estudo e cuidar da saúde, eu sei que isso é pouco, então, tenho tentado dar mais que isso. Infelizmente, todo o resto tem sido dispensado. Por mim!! Podem dispensar. Vejo o “resto” como o “todo” e o que parece supérfluo, na verdade, se torna o essencial. Vou continuar ofertando aquilo que considero primordial. Vou continuar “enchendo o saco”, não vou parar de falar feito um cd arranhado que reproduz sempre o mesmo trecho. Inúmeras vezes eu disse que prefiro pecar pelo excesso que pela omissão. Comprem tampões ou simplesmente coloquem papel, algodão ou até mesmo os dedos nos ouvidos porque enquanto eu tiver vida, vou reclamar, dar “pitaco”, me meter, criticar e principalmente, aconselhar. Acho que ta de bom tamanho. Se compararmos com minha mãe... vocês estão no lucro. Não vou me torturar. Não estou fazendo o possível, estou tentando fazer o impossível, estou dando o máximo de mim. Juro! É pouco? Sinto muito. Assim como vocês vieram sem manual, se por acaso eu vim com um, ele foi perdido. Não quero que vocês tentem me entender. Apenas “tentem” me amar... afinal... AMAR, é a única coisa que tenho feito desde que cada um de vocês aportou na minha vida. Sei que o relacionamento pais x filhos parece complicado, mas não é: é mais que isso... é hiper, super, mega complicado! Aliás... todos os relacionamentos são. Fazer o que se o ser humano pensa de maneira tão diferente? Fazer o que se os filhos, incluindo nós, só damos valor aos pais quando já é tarde? É... só vemos que eles tinham razão quando já nos “ferramos”, quando a vida já nos bateu, inclusive “na cara”, eu mesma já fui “esbofeteada” por essa danada inúmeras vezes. Claro que filhos absolutamente “limpinhos”, “bonzinhos” e “perfeitinhos” existem, são as exceções, mas são isso: raras exceções. Não estou reclamando, acho que quando optamos em ter filhos, assinamos um contrato de alto risco, aceitamos "brincar" de roleta russa, não podemos prever como a coisa será, sabemos que será. E é. É só. Já significamos dúvidas e incertezas também. Meus filhos são educados, inteligentes, saudáveis. Normais. Sei que eles são normais por apresentarem os problemas ditos “normais” relativos às suas idades. Sempre que atravesso algum problema com eles, penso em duas frases: “Filho é igual vídeo game, a próxima fase sempre é mais difícil” daí lembro que eles quando estão jogando, sempre conseguem “zerar” ou seja, por mais difícil que seja o jogo, sempre se passa de fase, mesmo que de vez em quando se dê de cara com um “Game Over”. A segunda frase que me vem à cabeça é essa: “Poderia ser PIOR”. E para algumas mães, realmente e infelizmente É.
Beijos da Feia.
Ah... antes que eu esqueça de dizer: Filhos, AMO vocês!

Confira o Poema Enjoadinho na íntegra:

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Não Fale Mal do Meu Lugar!!!!

Polêmica Nacional: Uma tal “pessoazinha” falou mal do MEU estado. MEU ESTADO sim... porque me considero uma amapaense legítima! Adoro as músicas daqui, defendo a nossa cultura, luto pela melhora do lugar que moro, crio meus filhos aqui e principalmente: ganho meu dinheiro com honestidade e dignidade! O energúmeno que falou mal do Amapá não deve saber absolutamente nada de história, geografia, economia, turismo e principalmente, de preservação, já que somos o estado mais preservado do Brasil. A criatura teve coragem de falar super mal do Amapá sem sequer saber nada sobre nossa terra, nossa história, nossa luta. Nos “achincalhou” e nos comparou a um desses enlatados americanos, ou seja: disse que não somos nada! Inclusive, colocou-nos como uma incógnita, duvidando inclusive da nossa existência. Oras sua criatura nefasta, claro que existimos, somos lindos, inteligentes e vivemos muito bem, obrigada. Não temos a violência das grandes capitais e ainda podemos aproveitar as noites às margens do Rio Amazonas sem estar preocupado se seremos assaltados na volta pra casa. Não somos obrigados a conviver com o governo querendo tirar nosso carro velho, diga-se lixo, das ruas, até porque não temos lixo trafegando, nossos carros são novos, se muito velhos, ainda são melhores dos que infestam as ruas das grandes metrópoles. Adoro isso aqui! Já viajei o mundo. Conheço vários países, inúmeras cidades e aqui, justamente aqui, eu me realizei. Adoro nossa tranqüilidade, nosso camarãozinho de todos os dias, nosso vatapá, maniçoba, tacacá, nosso "tudo". Não vou atacar a sua capital; uma, por respeito aos goianos, que são um povo hospitaleiro e gentil; outra, porque tenho certeza que a maioria das pessoas que vivem aí não são e nem pensam como você e, finalmente, porque sou uma pessoa educada e pessoas educadas não saem atacando um Estado todo como você fez conosco. Você que me lê deve estar se perguntando: quem é esse cara? Sinto muito mas não vou dizer! Estaria promovendo esse moço que ao meu ver não merece. Ele deve estar rindo e comemorando a repercussão das asneiras que escreveu, sei como funciona isso, antes de ser servidora do nosso Estado, eu era da área de comunicação, quanto mais ibope, melhor! Só acho que esse "protótipo" de jornalista errou na mão e exagerou ao mexer com nosso orgulhoso povo tucuju. O Amapá não é uma "abstração" como disse ele... o Amapá é uma Feliz Nação Tucuju!!!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

To Fora Desse Maldito Amor

Hoje estávamos numa “rodinha” e o assunto era: E quando o homem não aceita o basta? O Ted contou que um senhor falava com ele sobre sua mulher que queria deixá-lo. Perguntou a ele se o juiz poderia obrigá-la a ficar em casa... argumentou que eles têm uma filha pequena e que quer continuar convivendo com ela. O Ted falou para ele que nada poderia ser feito, que ninguém pode fazer nada, já que ninguém manda no coração dos outros.Então comentei com ele que, hoje eu assistia ao jornal do SBT às 04:30h da manhã (perdi o sono) e as principais manchetes falavam exatamente sobre isso: Em Niterói um maluco jogou suas duas filhas, uma de 4 e outra de 2 anos de uma ponte. Ambas morreram. A mãe estava desolada e quando perguntado por que fizera isso, o “monstro” respondeu que queria vingança, já que a mãe das meninas separou-se dele há duas semanas. Outro louco em uma cidade do interior de São Paulo, cismou que estava levando um "chifre", nem tinha certeza, matou a filha de 12 anos e a mulher a golpes de facão e em seguida, enforcou-se um fio de luz. Esses são casos que aconteceram ontem e hoje, mas e as milhões de mulheres que são mortas a todo momento no mundo? Pois é, a estatística é alarmante. Os homens quando sentem-se rejeitados podem ser extremamente perigosos. Tem homem que não se conforma em perder a companheira, é aquele pensamento: se não pode ser minha, não será de mais ninguém. Que absurdo! Creio que nesse caso, pessoas que têm coragem de atos tão extremos só podem ser doentes. Tem mulheres que também apresentam esse tipo de comportamento, mas o nível de violência é bem maior entre os homens. Como esquecer daquela mulher que fora assassinada em seu salão de beleza na frente da câmera de segurança e teve sua morte apresentada em todas as TVs e em horário nobre? Pobres mulheres, são espancadas, têm seus corpos queimados e muitas vezes mutilados em nome do amor. Maria da Penha que o diga! Que amor infame. Que amor egoísta. Isso pode ser chamado de amor? Deus me livre de um sentimento assim. Prefiro então ser odiada *risos*. Perto da minha casa em Macapá, um policial militar matou a mulher dentro do carro com 3 tiros e levou o corpo para a casa da mãe dela e falou: vai lá no carro ver sua filha, ela está morta e o pior: na frente das filhas! Você consegue imaginar a cena? Esse é o tipo de tragédia que a família nunca mais esquece. Traumatiza os filhos. Eterniza a dor nos pais e deixa os amigos perplexos e tristes por muito tempo. Eu já havia feito a nova enquete há alguns dias devido a uma situação presenciada por mim nos arredores de casa. A mulher não pode mais se expor a isso. Tem que denunciar. Precisa ter coragem de se libertar, de dizer o basta. Tem que pensar que a dor do espancamento não é só física, que as marcas são no corpo e na alma e que nem sempre a agressão física é o ponto crucial do problema. A sociedade não pode continuar omissa a tudo que acontece. Denunciem já. Como diz a imagem: Não se cale. Seja com você ou com uma mulher perto de você. Se você tiver coragem para denunciar mesmo que anonimamente, uma vida pode ser salva. Chega de mortes e de impunidade! Eu espero que um dia o ser humano aprenda a lidar com esse sentimento de rejeição, de posse e principalmente, com o ódio em seu coração. Eu disse ÓDIO mesmo, porque esse sentimento que leva esses homens a cometerem esse tipo de coisa só pode ser o ódio e se for amor... Que maldito amor. Beijos da Feia.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Uma inundação: Sem problemas! ** Com fotos da inundação do rio**

Hoje, (12/04), quando vinha de Macapá para Laranjal do Jari eu pensava, nossa que problemão! Realmente parecia um grande problema. Saí de Macapá às 23 h de ontem e cheguei em Laranjal às 12h de hoje. Isso mesmo: 13 horas de viagem. Foi extremamente cansativo e tudo isso porque a caprichosa natureza resolveu encher o leito dos rios causando uma “tremenda” inundação. Os ônibus e carros ficaram impossibilitados de passar. O ônibus estava lotado e 44 pessoas passaram fome e uma certa apreensão com a situação, mas nós que moramos na região amazônica estamos “meio” acostumados com esse tipo de circunstância. Dois rios encheram e deixaram as pontes submersas, não dava pra se ver absolutamente nada. Eis que, de repente, não mais que de repente, surge um herói anônimo e salva a “pátria” nos dois momentos. Mais tarde, quando peguei um taxi, quem estava no interior no mesmo? Ele... o herói do dia, que então eu soube chamar-se Amarildo. Ele, como um super herói dos quadrinhos, entrou dentro dos rios e arriscando-se perigosamente, averiguou o caminho, estudou as possibilidades, mostrando ao motorista o melhor a fazer e o melhor caminho a tomar naquele momento. Não sei se mais alguém agradeceu ao homem ou se as pessoas pararam para pensar no tamanho do gesto dele. Eu perdi a manhã de trabalho, fiquei tensa e hiper cansada com o ocorrido, mas, agora de noite, olhando o noticiário na TV e internet, vi que meu problema é pequeno, é ínfimo, não é nada. O que é uma pequena e momentânea inundação quando um morro inteiro vem abaixo e mata um “montão” de gente? O que é uma manhã de trabalho perdida quando centenas de pessoas não conseguem fazer suas vidas voltarem ao normal? Estou passando por um “probleminha” com meu filho do meio e me pergunto: O que é um “desacerto” de fase quando seis jovens são brutalmente assassinados por um maníaco, um monstro psicopata que foi posto na rua pela própria justiça? O que é meu sofrimento perto do que estão passando as mães desses meninos e dos tantos outros que se foram e se vão todos os dias? Lu conforme-se. Paulo comporte-se. Mães, confortem-se. Eu sei que no meu caso, tudo é mais fácil. Tenho chorado e conversado com Deus sobre os sofrimentos recentes. Juro! Quanto a minha viagem de hoje: Assim foi. As águas subiram e pronto. As fotos mostram como estava a estrada. Mas quer saber a verdade? Eu a-do-ro isso. Adoro essa impetuosidade toda da natureza e principalmente essa aventura que se torna cada viagem minha. Agora estou assim... cansada, melhor... exausta, mas extremamente feliz. Feliz porque tudo acabou bem, porque consigo ver que nada de ruim aconteceu, que as coisas, estão exatamente onde deveriam estar. Feliz e agradecida por conseguir entender que o mundo está repleto de problemas e que, apesar de eu ter os meus, e quem não os tem? Eles são pequenininhos e absolutamente solucionáveis. Espero que você consiga enxergar os seus problemas assim também. Beijos da Feia mais que feliz. Confira as fotos:
Esse  foi o primeiro trecho em que paramos. O lugar chama Iguarapé do Meio

Esperamos até o nível baixar um pouco
A correnteza estava forte
                                                  A atuação do nosso herói Amarildo
Ele já chegando do outro lado
A outra margem do rio, ou seja... o outro lado da estrada

Nosso herói verificando o caminho

Olha a altura em que o ônibus iniciou a travessia

Isso que já tinha baixado bastante

Legal né? Acho que deu pra dar uma ideia, deu?